9.
São necessariamente verdadeiras ou falsas:
1)As afirmativas e negativas acerca do presente e do pretérito.
2)As contraditórias acerca de universais com sujeito universal. Também é valido para os sujeitos singulares.
Nestes casos uma das proposições deve ser verdadeira e a outra falsa.
Não são necessariamente verdadeiras ou falsas:
3) Proposições não universais, mas com referência aos universais.
O futuro necessário
Nas proposições cujo sujeito é individual e o predicado se refere ao futuro o caso é alterado.
1) Consideremos a situação em que alguém afirma que algo será e outro que não será.
E evidente que um dos dois diz a verdade,de modo que as duas afirmações não podem ser ambas verdadeiras ou falsas.
Neste caso o futuro será necessário, não permitindo contingência.
Uma das afirmações deve ser verdadeira, caso contrário o evento em questão poderá ocorrer ou não, caindo na contingência e indeterminação.
Outro argumento:
Se uma coisa é branca no presente, e no passado afirmamos que ela assim seria, será verdadeiro em todo tempo tanto afirmar que ‘’A coisa é branca’’ ,quanto que ‘’A coisa será branca’’.
Se é verdadeiro em todo o tempo dizer que a coisa é ou será branca, então é necessário que seja branca em todo o tempo.
Deste argumento podemos concluir que:
a) Todos os futuros ocorrem por necessidade
b) Nada ocorre por contingência, pois onde há necessidade não pode haver acaso.
2) É impossível defender a posição que afirma que nem a afirmação, nem a negação são verdadeiras.
Provando que a afirmação é falsa, a negação não seria necessariamente verdadeira.
Outro argumento:
Se for verdadeiro afirmar que algo é grande e branco, e se amanhã for verdadeiro afirmar a mesma coisa, então é necessário que pertençam a este sujeito no dia seguinte.
Mas no caso de não ser possível afirmar ou negar que um evento ocorrerá amanhã a contingência desaparecerá.
Neste caso, será necessário dizer que o evento ocorrerá e não ocorrerá.
Deste modo, caímos no absurdo se afirmarmos que:
a) Uma das contraditórias deve ser necessariamente verdadeira e a outra falsa.
b) Todas as coisas ocorrem por necessidade, e que não há contingência no futuro.
O futuro contingente
Nos futuros necessários, se uma dada predição será verdadeira, é necessário que seja verdadeira em todos os tempos, e não pode deixar de ocorrer.
Nos casos que esta conclusão não for possível , consideremos que as coisas podem tanto ser quanto não ser no futuro, tendo em vista que nas coisas que não estão sempre em ato existe a potência para ser e não ser.
Ex: Um tecido pode tanto ser cortado em dois pedaços,quanto não ser cortado em duas partes,pois pode ser destruído primeiro.
Daí chegamos as seguintes conclusões :
I- Nem tudo é ou será por necessidade
II- Há contingentes, e nestes casos a proposição afirmativa não é mais verdadeira do que a afirmativa, nem uma é mais falsa que a outra.
III- O que é deve ser necessariamente quando é, e o que não é pode ser quando não é.
Ex: Uma luta marítima deve ocorrer amanhã ou não, mas não é necessário que ela aconteça amanhã, nem é necessário que não aconteça, mas é necessário que ela deva ou não acontecer amanhã.
Bibliografia
[1]ARISTOTELES. Organon, v. 1 (Trad. Pinharanda Gomes). 1ª edição.Lisboa:Guimarães editores LTDA,1985 [2] Aristotle, Johann Theophilus ; Buhle, & Bipontina, Societas (1791). _[Aristoteles] Aristotelis Opera Omnia Graece_. Ex Typographia Societatis. [3] Authors/Aristotle/Perihermenias.” - The Logic Museum, 2017, www.logicmus
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